Pagamentos pelo WhatsApp são suspensos pelo Banco Central
Paralisação de operações é determinada para que haja uma avaliação de riscos
Na primeira quinzena de junho, o WhatsApp lançou uma nova atualização em seu sistema, que passou a permitir a realização de pagamentos e transações monetárias pelo aplicativo.
A novidade tem como objetivo permitir que os usuários paguem por produtos e enviem dinheiro a conhecidos sem sair da plataforma, que passa a ser uma nova interface para tais operações.
A possibilidade de realizar transações pelo app foi lançada na segunda-feira da semana passada, dia 15, e o sistema seria compatível apenas com os cartões de bandeira Visa ou MasterCard do Banco do Brasil, Sicredi (incluindo a conta Woop) e Nubank.
O processamento dos pagamentos seriam processados pela Cielo.
De acordo com o WhatsApp, empresa integrante do portfólio do empresário Mark Zuckerberg, o foco inicial da atualização foi ajudar na expansão dos negócios de pequenas empresas brasileiras, que muitas vezes utilizam o aplicativo como forma de gerenciar negócios e pagamentos.
Num país com quase 130 milhões de usuários e diante da crise causada pela pandemia, há um movimento intenso de migração de empresas para o comércio online, o que torna a nova ferramenta muito atrativa.
“Embora muitos empreendedores e donos de pequenos negócios utilizem o aplicativo para gerenciar pagamentos, é importante que todas as medidas de segurança sejam compreendidas e seguidas pelos usuários da atualização”, comenta Thomas Carlsen, COO da mywork, especializada em controle de ponto online.
“O WhatsApp já apresentou situações em que houve vazamento de dados dos usuários e o sistema já foi suspenso duas vezes por decisões judiciais no Brasil.
Com o acesso a dados bancários, o risco deve ser cuidadosamente avaliados”, avalia Thomas.
De fato, a ferramenta conta com algumas particularidades que visam aumentar a segurança dos dados dos usuários.
Antes de começar a utilizá-la, há uma série de passos:
- aceitar os termos de pagamento e política de privacidade do WhatsApp;
- aceitar os termos de pagamento e política de privacidade do Facebook;
- aceitar os termos e comunicado de privacidade da Cielo;
Após tais operações, é necessário que o usuário crie uma senha numérica (ou cadastre a impressão digital) no Facebook Pay e o PIN criado será utilizado na autorização de transferências no aplicativo.
Isso dá a segurança de que a senha bancária não será utilizada no sistema.
A ideia é ter uma carteira digital no bate-papo.
“Apesar dos cuidados necessários, o modelo de pagamento dentro do aplicativo é mais um resultado interessante das soluções que surgem durante a crise”, analisa Carlsen, “A possibilidade de oferecer uma plataforma mais acessível a alguns clientes traz uma nova experiência de compra aos usuários do aplicativo e pode significar um impulsionamento de vários negócios”, comenta o executivo.
Ontem (23), o Banco Central e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) suspenderam a função de pagamentos e transferências por meio do WhatsApp no Brasil, determinando que as bandeiras Visa e MasterCard paralisem as operações junto ao aplicativo para que uma avaliação de riscos seja feita.
Em nota, o BC afirma que a decisão foi tomada para preservar um ambiente competitivo adequado e garantir o funcionamento correto do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).
No entanto, reuniões já estão sendo agendadas com a equipe do WhatsApp para avaliar a liberação da ferramenta no Brasil.
Fonte: Jornal Contábil
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